Olha Farrusco, um dia vamos ser presos por tantas tropelias.
Qual o que se nada fizemos, rosnou...
Pois nao, disse falando com ele...rafeiro de merda!
Tinhamos aprendido a dominar as galinhas e ganhar respeito invisivel da urbe local, temerosa pois a besta malefica andava sem cabresto, sapateando nas calcadas em busca de almas perdidas e quem pecados tinha, mijava nas camas de palha...o fim do mundo!
As pessoas tinham medo, muito por supersticao e acho que o Farrusco falava comigo ou eu com ele.
Uma dupla desnivelada pois se lhe nao desse comida, ainda hoje nao tinha estas atrites, seu mal agradecido!
Resmunga como quiseres tenho provas das tuas carracas, e de tantas doencas. Nao, raiva nunca tiveste, mas ...digamos, foste sempre um homem.
Fica quieto, pronto, afinal tenho culpa, dois tolinhos com saudades de coisas.
Contas tu ou conto eu...
Sim, ve a vergonha que comecamos nas galinhas e fomos por aqui a fora.
Fomos acima ao galinheiro do tio Luis. As galinhas andavam no choco e nao foras tu (parabens e obrigado) a crista de ouro tinha hoje um olho chincado!
Deus no perdoe pois mesmo assim roubamos ...ves que me desorientastes pois roubar e pecado...alguns ovos que escondemos. No nosso cantinho, claro!
Pela manha, o burburinho, fui roubado, fui roubado...do dono claro, pois a mae galinha aquecia sem por tal dar conta os ovos do ninho.
Agora abro a boca, foste tu Farrusco que nas palhas meteste meia duzia de seixos a fingir...
Havia que esconder a prova do crime e nada melhor que o ribeiro dos moncoes, ali ao lado, perigoso mas urgente.
A palha foste tu acarretar ao pateo do tio Esmael, roubada, claro, nao fossemos ladroes de corpo inteiro...
Mas um dia e quando a gente andava noutras aventuras, veio o milagre!
Havia patos a nadar no ribeiro...
Nos dois sabemos o que aconteceu, vamos para o nosso cantinho, anda la, rafeiro bonit..asqueroso!
Te ler ,ver as peripécias e "aprontadas!" é muito legal! Valeu! abraços,chica
ResponderEliminarTodos temos as nossas lembrancas, pena tais guardar e nao partilhar.
EliminarEu gosto e tenho muitas.
Beijinho, Chica.
Xico,
ResponderEliminarNão sei qual o mais levado. Se o Farrusco, ou o dono dele.kkk
Amei essa imagem que, combinou demais com o texto
Muito bom ler suas historias.
Abraços
O Farrusco ja partiu, vao uns anos.
EliminarMas ficou comigo e ficara.
Estas prosas sao o que fica eternamente (nem tanto...) sobre a relacao com um animal, sendo que quase tudo aconteceu. Virao pioees e muito, se o Farrusco deixar...
Beijinho grande.
As peripécias da boa infância jamais esquecida!
ResponderEliminarFarrusco, nome bem interessante!
Abraços...
E quando se teve uma infancia tao feliz e tal continua apesar da idade, episodios assim, sao o lenitivo da juventude.
EliminarO termo farrusco, remete para a idade da inocencia em que as criancas no magusto das castanhas assadas na caruma dos pinheiros, se, digamos, mascaravam prontos para diabruras...
Mas este Farrusco era abusador...
Um abraco, Anete.
Aaah, gostei dessa do "respeito invisível da urbe", e da forma como enleia a narração nessa cumplicidade de " contas tu ou conto eu...", o tipo de expressão que apenas se utiliza quando o outro conhece tão bem a história como nós.
ResponderEliminarIncrível a capacidade de assombração que um garoto traquinas e um cão, o seu fiel companheiro, conseguem suscitar numa terra pequena, onde crenças e superstições enquadravam os fenómenos para os quais não existia explicação à vista!
Ó Xico, mas como é que de ovos de galinha saem patos?!...Um verdadeiro milagre, com uma bela ilustração infantil a acompanhar.
Uma bela história de infância.
xx
A culpa foi deste rafeiro que agora cheio de artroses e constipado, anda a caldos de galinha, camarada delas...
EliminarA estoria ia verdadeira ate chegar(mos) aos patos, mas ele o Farrusco tinha de inventar. Dizia que a imagem era tao bonito, nos dois juntinhos junto ao ribeiro e ficou derretido com os patinhos.
Poe os patos ou desisto desta treta. Ladrou! Chantagista...
Bem o tentei demover dos seus intentos, Farrusco, ja te dei protogonismo dizendo que os seixos foste tu quem os meteu, mas o rosnar dele, pela primeira vez meteu medo!
Alinhei e inventei. Desculpa rafeiro sarnento, mas calculava de antemao que alguem ia descobrir e mais digo, querias que metesse que os ovos eram de galo...
Pilha galinhas.
A verdade, verdadinha, foi que que os ovos foram parar a uma palheira da ti Maria, mulher do ti Esmael, esta sim encostadinha ao ribeiro dos Moncoes e em vez de patos a nadar, andavam pintainhos a debicar na orla deste, minhocas e afins.
Bem haja Laura, por ter morto os patos, arrasar o Farrusco na sua pretensa teoria sobre a criacao do mundo e mais grave ainda, tornar visivel e exposta a furia que sobre nos dois se vai abater.
A urbe e quem mais ordena...
Anda, Farrusco, vamos hibernar no nosso canto e se alguem bater...caladinho!
Num latido quase meigo (coisa que desconhece este criador de bichos), solta que ouve patinhos no ribeiro.
O que tenho de aturar!
Algo me diz, que este texto e o anterior, fazem parte do teu futuro livro. Estou certo, ou errado.
EliminarUm abraço.
Ah que divertida a sua resposta, Xico! Que dupla! :-)
Eliminarxx
Ah que divertida a sua resposta, Xico! Que dupla! :-)
Eliminarxx
Xico,
ResponderEliminarQuerido amigo. Tomei a liberdade de pegar o nome do seu lindo cachorrinho, e levei pro meu jardim. Rs
Desculpe não ter pedido autorização.
Grande abraço.
Boa tarde, um belo conto do farrusco e do seu dono com respeito invisível.
ResponderEliminarAG
Será que este dono era asim tão irrequieto como a vivacidade desta narrativa?
ResponderEliminarO Farrusco era só um belo ouvinte de pensamentos escondidos em palavras a que ele obedecia! E que par faziam!
Adorei! Ler o Xico...não é perder tempo. É um prazer que foge no tempo!
Venha de lá esse livro. Quero! :)
Grade e fraterno abraço, Xico!
Excelente conto do farrusco e seu dono, ao nível do que nos vens habituando…
ResponderEliminarImagino que essa imagem te fez recordar alguma história vivida, quiçá o dia que foste mesmo ao galinheiro do tio Luís e para ajudar a compor o quadro viste marrecos nos moncões!
Há imagens assim...que nos fazem recordar imediatamente milhentas histórias vividas ou imaginadas num determinado local.
Pois foi o nome Farrusco que conheci por primeiro no cantinho de minha amiga querida que chamou-me a atenção e cá estou, Xico Almeida Gostei de ler sobre Farrusco e suas estrepolias! Ótimo final de semana! Abraços!
ResponderEliminarNa simplicidade reina a vida em pleno.
ResponderEliminarBeijinhos