De minha senhora mae, que por vezes se aborrece aquando a gente se alheia dos seus contos narrativos, pela teimosia da fala que nao cala. Uma matraca, exigente e singela.
Um amor...
Lembras, lembras e lembras...
Fulano matou cicrano, por causa do regadio...
Lembra e obriga a lembrar, a mim, o dia em que um raio quase nos matou, cinquenta anos atras...
Tinha sete anitos. Por defronte da casa virada para lameiros e serranias, estava uma oliveira, esta!
Raio do raio que a esgachou de alto a baixo e provocou um incendio medonho.
Acudiu o povo ao toque dos sinos.
Dizia a tradicao que passados tantos anos, o raio viria para a superficie sob a forma de uma relha de um arado...
Gosto de me embalar nestes nossos misterios, por ambos.
Nas manias da minha "velha" em busca da relha de um raio e por tal ali andei no dia seguinte ao Domingo de Ramos, a sachar.