Como se nao bastasse o Farrusco e depois o seu pai, o Miseravel e duas presumiveis manas, eis que chegam as convidadas. Abusadores da sorte de nao ficarem ao relento, pelo cheiro das guloseimas, porventura.
Abusaram de mim e ocuparam o meu comodo lugar, exigindo contos. Uma coisa assim...
Mas como resistir. Pronto, digo eu embevecido naqueles olhares gulosos e bem nutridos...
Era uma vez um homem que vivia do comercio. O homem andava de um lado para o outro a vender os seus produtos.
Naquele dia , ele nao vendeu nada e voltou para casa. No caminho de volta, ele olhou para o horizonte e viu uma estrela muito brilhante e grande. Chegou a casa e sentiu uma irresistivel vontade de seguir a estrela. Despediu-se da familia e começou a sua caminhada atras da estrela. Levava pao, agua, vinho, uns bolos e dinheiro para o que fosse preciso.
No caminho que seguiu, passou por uma cidade e la comprou um jumento para carregar as suas coisas. Estava muito cansado.
Passado um pouco, viu um homem rico a sua frente e este disse-lhe:
- Ja te vi aqui, nao es comerciante?
- Sou, respondeu o homem que seguia a estrela, mas agora nao tenho nada para vender.
- Nao tens ao menos um pao? a minha criada hoje faltou e nao temos pao em casa.
- Tenho aqui um pouco, disse o comerciante, serve?
- Serve sim, Toma la esta bolsa, disse o homem rico, atirando uma bolsa para a beira do comerciante - obrigado!
- Obrigado eu, disse o comerciante.
O homem rico la foi para casa e o comerciante abriu a bolsa e viu que estava cheia de dinheiro. Mas no deserto, o comerciante foi assaltado e so ficou com o jumento e alguma comida.
Passados alguns dias, chegou a Belem. Continuou a seguir a estrela e viu uma gruta com um menino numa manjedoura e cinco pessoas: os tres Reis Magos, Nossa Senhora e Sao Jose.
Os Reis tinham chegado havia pouco tempo e o comerciante, como nao tinha mais nada para oferecer, deu o jumento e pareceu-lhe que o Menino sorriu.
Quando os reis Magos, ofereceram oiro, mirra e incenso, ja nao lhe pareceu ver o Menino a sorrir.
E entao chegou a uma conclusao:
O dinheiro nao traz toda a felicidade.
O comerciante voltou para cada e sentiu-se muito feliz.
Ficaram comovidos, nas serranias faltam estorias e a vida era dura, diziam os seus pais que os haviam carregado ate aqui!
Gostavam de ter quem tal lhes contasse.
Perguntaram se alguem me contava coisas de Nata e respondi que sim, a minha mae e sobretudo a minha avo Maria a quem havida feito tempos idos um versito...
Conta!!!
Dormia com a minha avozinha,
Debaixo de quatro mantas,
Acordava tao quentinho,
Mas saltava p'ra cozinha,
para ver o sapatinho.
Sempre houve qualquer coisinha,
Conforme o que se podia,
Era dia de Natal.
Diferente era a alegria.
A seguir estremunhado,
Espreitava pela janela,
Tanta neve na Matela,
O lameiro do Ti Esmael,
Era farinha de moleiro,
Tal a brancura infinita,
Que cobria o meu Outeiro.
O fumo das chamines,
Ainda o galo cantava,
Acordava a freguesia,
E Jesus rejubilava.
Um Santo Natal para todos, do fundo do coraçao.