De minha senhora mae, que por vezes se aborrece aquando a gente se alheia dos seus contos narrativos, pela teimosia da fala que nao cala. Uma matraca, exigente e singela.
Um amor...
Lembras, lembras e lembras...
Fulano matou cicrano, por causa do regadio...
Lembra e obriga a lembrar, a mim, o dia em que um raio quase nos matou, cinquenta anos atras...
Tinha sete anitos. Por defronte da casa virada para lameiros e serranias, estava uma oliveira, esta!
Raio do raio que a esgachou de alto a baixo e provocou um incendio medonho.
Acudiu o povo ao toque dos sinos.
Dizia a tradicao que passados tantos anos, o raio viria para a superficie sob a forma de uma relha de um arado...
Gosto de me embalar nestes nossos misterios, por ambos.
Nas manias da minha "velha" em busca da relha de um raio e por tal ali andei no dia seguinte ao Domingo de Ramos, a sachar.
Que lindas lembranças da tua mãe que, como uma matraca, não parava de falar e de te fazer lembrar. LINDO! abração,chica
ResponderEliminarChata mesmo...
EliminarLinda mais!
Guerreira ainda mais e por tal nao tivesse no sobrenome, Guerra da Fonseca.
Chega uma altura em que se vive mais de passado do que do futuro, e há um gosto em recordar e partilhar as recordações, mesmo as mais trágicas. É o acontece com a senhora sua mãe.
ResponderEliminarO raio ainda não voltou em forma de relha de arado, mas aposto que sempre que sacha a terra perto dessa oliveira pensará nisso. :-)
Lindos os vossos mistérios.
xx
Escrevi outrora no blog dos forninhenses este episodio real.
EliminarO puto, a mae e avo, rastejando para sair de casa.
Trovoada que passado o perigo e os ecos da gritaria, jamais se desvaneceram na memoria...misterios de coisas contadas por alma e corpo vivo. Dela, uma Biblia que custa acompanhar, um frenesim de memorias...
Deixe que lhe diga, Laura, na "magia" dela e tal ela querendo, reside o que resta da historia da minha terra!
Lembro-me perfeitamente de ter lido acerca desse episódio bem real e aflitivo!
EliminarAcredito que no que diz acerca dessa magia real da sua mãe. Tem a vida dela e a vida da terra dentro dela, e não se cansa de transmitir todas essas vivências. Um tesouro vivo, no fundo.
xx
Lembro-me perfeitamente de ter lido acerca desse episódio bem real e aflitivo!
EliminarAcredito que no que diz acerca dessa magia real da sua mãe. Tem a vida dela e a vida da terra dentro dela, e não se cansa de transmitir todas essas vivências. Um tesouro vivo, no fundo.
xx
Boa tarde Xico,
ResponderEliminarAs mães são cá umas matracas. Eu já vou sentindo isso... As marotas, faladoras como eu, não se calam. Mas sabem histórias que gostam de recordar principalmente quando os seus meninos, que vivem longe as visitam. Maior alegria não há... É assim Xico?
Recordar é viver!
Gostei de o ver a sachar. Essa paisagem é para mim como um “dejá vu”, lá da minha aldeia.
Beijinhos,
Ailime
Sabe bem ouvir contar estórias da boca dos mais velhos, mais ainda quando nos são próximos, acham que são mais autênticas!
ResponderEliminarEra mesmo assim há 50 anos! Numa aldeia do interior, a sirene era o sino e os bombeiros o povo.
Ainda bem que a tua oliveira se aguentou e continua pujante.
Sabedoria de gente que trata a "terra" com amor...boa noite e venham mais momentos grandiosos!
ResponderEliminarSabedoria de gente que trata a "terra" com amor...boa noite e venham mais momentos grandiosos!
ResponderEliminarRaios, relâmpagos e trovões não são esquecidos, ainda mais num caso desses. Um abraço, Yayá.
ResponderEliminarOi Xico...
ResponderEliminarGosto da sua forma de narrar... A velha mãe, mulher guerreira e com muitas histórias para relembrar! Toda mãe é um poço de lembranças e recomendações... Rsss!
Gostei de vê-lo na foto...
Raios, hum, coisa perigosa demais, hein?!
Gostei de encontrá-lo no Ciranda de Frases...
Abração