sábado, 19 de dezembro de 2015

Contos de Natal

Como se nao bastasse o Farrusco e depois o seu pai, o Miseravel e duas presumiveis manas, eis que chegam as convidadas. Abusadores da sorte de nao ficarem ao relento, pelo cheiro das guloseimas, porventura.
Abusaram de mim e ocuparam o meu comodo lugar, exigindo contos. Uma coisa assim...
Mas como resistir. Pronto, digo eu embevecido naqueles olhares gulosos e bem nutridos...




Era uma vez um homem que vivia do comercio. O homem andava de um lado para o outro a vender os seus produtos.
Naquele dia , ele nao vendeu nada e voltou para casa. No caminho de volta, ele olhou para o horizonte e viu uma estrela muito brilhante e grande. Chegou a casa e sentiu uma irresistivel vontade de seguir a estrela. Despediu-se da familia e começou a sua caminhada atras da estrela. Levava pao, agua, vinho, uns bolos e dinheiro para o que fosse preciso.
No caminho que seguiu, passou por uma cidade e la comprou um jumento para carregar as suas coisas. Estava muito cansado.
Passado um pouco, viu um homem rico a sua frente e este disse-lhe:
- Ja te vi aqui, nao es comerciante?
- Sou, respondeu o homem que seguia a estrela, mas agora nao tenho nada para vender.
- Nao tens ao menos um pao? a minha criada hoje faltou e nao temos pao em casa.
- Tenho aqui um pouco, disse o comerciante, serve?
- Serve sim, Toma la esta bolsa, disse o homem rico, atirando uma bolsa para a beira do comerciante - obrigado!
- Obrigado eu, disse o comerciante.
O homem rico la foi para casa e o comerciante abriu a bolsa e viu que estava cheia de dinheiro. Mas no deserto, o comerciante foi assaltado e so ficou com o jumento e alguma comida.
Passados alguns dias, chegou a Belem. Continuou a seguir a estrela e viu uma gruta com um menino numa manjedoura e cinco pessoas: os tres Reis Magos, Nossa Senhora e Sao Jose.
Os Reis tinham chegado havia pouco tempo e o comerciante, como nao tinha mais nada para oferecer, deu o jumento e pareceu-lhe que o Menino sorriu.
Quando os reis Magos, ofereceram oiro, mirra e incenso, ja nao lhe pareceu ver o Menino a sorrir.
E entao chegou a uma conclusao:
O dinheiro nao traz toda a felicidade.
O comerciante voltou para cada e sentiu-se muito feliz.

Ficaram comovidos, nas serranias faltam estorias e a vida era dura, diziam os seus pais que os haviam carregado ate aqui!

Gostavam de ter quem tal lhes contasse.
Perguntaram se alguem me contava coisas de Nata e respondi que sim, a minha mae e sobretudo a minha avo Maria a quem havida feito tempos idos um versito...
Conta!!!


Dormia com a minha avozinha,

Debaixo de quatro mantas,
Acordava tao quentinho,
Mas saltava p'ra cozinha,
para ver o sapatinho.

Sempre houve qualquer coisinha,
Conforme o que se podia,
Era dia de Natal.
Diferente era a alegria.

A seguir estremunhado,
Espreitava pela janela,
Tanta neve na Matela,
O lameiro do Ti Esmael,
Era farinha de moleiro,
Tal a brancura infinita,
Que cobria o meu Outeiro.

O fumo das chamines, 
Ainda o galo cantava,
Acordava a freguesia,
E Jesus rejubilava.

Um Santo Natal para todos, do fundo do coraçao.

6 comentários:

  1. Uma linda história que desconhecia e que bem ilustra o espírito de Natal. O malfadado dinheiro importa pouco. O sorriso e a saúde, sim!
    Mas que importa o frio lá fora se nesse dia há tanto aconchego na alma? Sei. Não é bem assim. Repartamos o "cobertor", pois!
    E a sua poesia tem tanto de belo na sua autenticidade e alegria, Xico!
    Um FELIZ NATAL para si e todos os seus!
    Fraterno abraço

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  2. Um conto que é uma verdadeira parábola!...O dinheiro é essencial à sobrevivência, mas é o amor que verdadeiramente nos possibilita viver.
    Ternurentos cachorros, e o lindo poema de Natal ; à sua avó.
    Obrigada, Xico. Um Feliz Natal para si e para toda a família!
    xx

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  3. A respeito do Natal conta-se muitas e variadas histórias, mas ao ler o teu 'versito' parece que me estou a sentir a viver esses momentos do Natal antigo. Parece que consigo imaginar a neve lá fora e todos à volta da lareira com panelas de ferro a ouvir estórias das nossas avós.
    Nostalgias dum passado em que as prendas eram nozes e avelãs, figos secos ou maçãs, mas que valiam muito mais do que aquelas que hoje andamos a comprar nos Centros Comerciais e havia a magia da manhãzinha de 25 a correr para os sapatos ao pé da chaminé.
    Que o espírito das Festas seja de alegria e de felicidade, para todos os leitores.

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  4. De madrugada, amanha, arrancar rumo ao frio quente das Beiras.
    Na ansiedade da fogueira alimentada pelas cavacas depositadas no canto da lenha e a mesma tenaz com que a minha avo Maria as aconchegava.
    Tal c omo me irei sentir aconchegado no colo do vosso carinho, desejando tudo o que o mundo ainda presentear gentes que sempre irei guardar no coracao.
    Felicidades!!!

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  5. De madrugada, amanha, arrancar rumo ao frio quente das Beiras.
    Na ansiedade da fogueira alimentada pelas cavacas depositadas no canto da lenha e a mesma tenaz com que a minha avo Maria as aconchegava.
    Tal c omo me irei sentir aconchegado no colo do vosso carinho, desejando tudo o que o mundo ainda presentear gentes que sempre irei guardar no coracao.
    Felicidades!!!

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  6. Una preciosa Historia y unos magníficos versitos.
    ¡¡¡Felices Fiestas y un Próspero Año Nuevo, 2016, en compañía de Todos tus seres queridos!!!
    Que se cumplan Todos tus deseos y, sobre Todo, tengamos muchísima Salud y Amor.
    ¡¡¡Feliz Natal e Ano Novo!!!
    Abraços.

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