domingo, 26 de junho de 2016

TOQUE A FINADOS...

Jamais algum dia pensei que um sino tocasse a dobrados por si proprio, num chorar para dentro, logo ele, o sino da minha aldeia .
Vetusto, badalou alegrias em bodas, alarmes nos fogos e tristezas nos enterros.
Como era bonito o seu eco pelas quebradas que se desfaziam de forma sublime e aos poucos pelas serranias alcantiladas...

Um relogio do tempo para os lavradores e resineiros, uma companhia que media a curta distancia da aldeia, apesar de longa e dolorosa.
Nos domingos e dias festivos, as pessoas corriam desenfreadas nos preparos das vestimentas em conformidade com os toques das entradas para chegarem a tempo, pois tal mal pareceria...
Os tempos  agora, esqueceram os outros tempos e os padres aparecem quando podem, coitados e a horas escolhidas. Disso eles sabem, mas o sacristao que ajudava a missa e tal acolitava, saiu de cena.
Agora o sino por enquanto imponente, espera que o caruncho o leve de badalo solitario para o cemiterio.
E o meu Farrusco que uivava ao toque para a missa e trindades, anda cabisbaixo tal como eu.
Nada como dantes...

7 comentários:

  1. Os toques, as badaladas significativas dos sinos... Nada mais como antes mesmo.Pena! Há coisas que ficam registradas em nossas memórias, sentimos falta e não deveriam mudar! abraços,chica

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  2. Ola Xico, ainda ouço as badaladas dos sinos de minha cidade,
    repicam nas minhas memórias, que não deixam que eles morram.
    Os tempos levam nossas histórias, mas temos as palavras, a poesia
    para faze-los repicarem dobrado.

    Há poesia, mas tristeza em perdas das tradições e fatos, que fizeram nosso passado.
    Prazer e vamos nestas interações criando grande família.
    Um abraço e boa semana.

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  3. Em Forninhos tudo pode acontecer, mas acho que ainda não chegou a hora dos sinos deixarem definitivamente de tocar, pelo menos nas suas festas hão-de tocar, mesmo sem sacristão e...o farrusco vai arrebitar!
    Há uns anos atrás quiseram proibir o toque dos sinos em determinadas horas porque o barulho incomodava alguns e não o conseguiram, portanto...se calhar há males que vêm mesmo por bem, digo eu, pois agora que se calaram já incomoda a todos não tocarem!

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  4. Velhos e bons tempos! Algumas coisas tão boas e tocantes deveriam permanecer, ora!!
    Gostei do seu texto e foto!...
    Um abraço grande

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  5. Xico,

    Nunca ouvi o tocar dos sinos nas Igrejas da Nova Zelândia.
    Saudade que senti, lendo esse post, do badalar do sino da Paróquia do meu bairro. Lá de casa, eu escutava.
    As coisas estão mudando muito, meu amigo.
    Abraços

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  6. Nada como antes a não ser a nostalgia do poeta... num belíssimo texto!
    Bj amigo e que toquem os sinos...trinando sons saudosos!

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  7. Nada como antes a não ser a nostalgia do poeta... num belíssimo texto!
    Bj amigo e que toquem os sinos...trinando sons saudosos!

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