A história que vou contar, contou-me certa velhinha numa noite de luar, nas cinzas da última pinha, remelosa que teimava em se apagar, porventura desvairada pelo vento que descia da chaminé.
Renitente a velha, foi metendo mais uns galhos secos na lareira e à cautela, foi entrapar as janelas.
Começavam a bailar as primeiras farripas de neve e a canalha dela, dormia esparramada por bem tratada. Meteu uma cavaca de carvalho, sinal de que a coisa prometia...
Eles, os homens, tratavam da vida nas serranias, trazendo os últimos fenos e animais para a aldeia, acoitados de noite nos casebres de granito para o gado comer de dia as últimas restéas de feno que a geada queimaria.
Pronúncio da miséria do inverno, a ferocidade da sobrevivência...o homem e a fera.
Houve um senhor que tinha um rebanho pequeno que pouco ganho lhe dava, ou nenhum, digamos,assim titubeava o raio da velha que não calava a matraca,mas sabendo que conhecia a serra e os seus segredos, pára, e escuta...
O Ti Zé das Lareiras tinha quatro ovelhas e duas cabras.Andava por ali na serra de São Pedro, por vezes descia aos Cuvos. Sabia da vida dele, tipo eremita que por vezes descia a aldeia para procurar mantimentos e fósforos, entre outros...
Vivia no dia a dia da caça, na guerra da disputa daquilo que o alimentava,caçava uns coelhos ou rolas, sabendo que o inimigo, o lobo, lhe disputava as presas.
A velha que tal me conta, jura pela alma dos mais chegados que foi lá um dia um dia de manhâ.
Agora duvido da história.
Contava-me ela, com as brasas apagadas, que havia um lobo morto e um coelho apanhado.,
Por quem, dona Piedade, perguntei...
Foram os Mafarricos!
Renitente a velha, foi metendo mais uns galhos secos na lareira e à cautela, foi entrapar as janelas.
Começavam a bailar as primeiras farripas de neve e a canalha dela, dormia esparramada por bem tratada. Meteu uma cavaca de carvalho, sinal de que a coisa prometia...
Eles, os homens, tratavam da vida nas serranias, trazendo os últimos fenos e animais para a aldeia, acoitados de noite nos casebres de granito para o gado comer de dia as últimas restéas de feno que a geada queimaria.
Pronúncio da miséria do inverno, a ferocidade da sobrevivência...o homem e a fera.
Houve um senhor que tinha um rebanho pequeno que pouco ganho lhe dava, ou nenhum, digamos,assim titubeava o raio da velha que não calava a matraca,mas sabendo que conhecia a serra e os seus segredos, pára, e escuta...
O Ti Zé das Lareiras tinha quatro ovelhas e duas cabras.Andava por ali na serra de São Pedro, por vezes descia aos Cuvos. Sabia da vida dele, tipo eremita que por vezes descia a aldeia para procurar mantimentos e fósforos, entre outros...
Vivia no dia a dia da caça, na guerra da disputa daquilo que o alimentava,caçava uns coelhos ou rolas, sabendo que o inimigo, o lobo, lhe disputava as presas.
A velha que tal me conta, jura pela alma dos mais chegados que foi lá um dia um dia de manhâ.
Agora duvido da história.
Contava-me ela, com as brasas apagadas, que havia um lobo morto e um coelho apanhado.,
Por quem, dona Piedade, perguntei...
Foram os Mafarricos!
Histórias e lendas...Muito bom recordar. Linda semana! abraços, chica
ResponderEliminarContadas de quem ouvi...
EliminarDão que pensar e por vezes arrepiam.
Abraço, Chica.
Olá, tudo bem?
ResponderEliminarDuvidamos, mas sempre tem um fundo de verdade que não conseguimos captar.
Abraços e desejos de uma ótima semana para todos por aí.
Olá, Anajá!
EliminarEm miúdo passei muito tempo na serra e nela dormi algumas vezes.
Misturando o que avó contava na lareira com os ruidos e uivos da noite, não duvido.
Mas sempre gostei desses medos num diálogo entre a ficção e o real, apesar de com medos.
Beijinho, amiga e um abraço grande ao "Pescador".
Eu pessoalmente nunca descarto completamente as lendas e as tradições, pois normalmente sempre têm algo de verdade.
ResponderEliminarJá quanto a mafarricos certamente não são gente.
Os "mafarricos" são do piorio, dengosos e enganadores, falinhas mansas, melados e com apenas duas patas.
EliminarUnhas compridas, maiores que o que lhes preenche o cérebro...
Perigosos e por tal a tradição se amedronta por não ter certezas mas desconfiam de coisas estranhas que ocorriam nos montes...
Essas lendas despertam muito a imaginação... Há suspenses e curiosidades nessas narrações contadas...
ResponderEliminarUm abraço, Xico...
E quando a gente que ouviu da própria boca dos nossos mais velhos estas narrativas tão convictas e depois passa por esses mesmos locais...
EliminarO arrepio sobrepõe-se à curiosidade.
E se a isto acrescer o uivo de um logo que rasga o silêncio da noite...
Um abraço, amiga Anete.
Caro amigo Xico,
ResponderEliminareu acredito em coincidências! Ontem estive para vir aqui visitá-lo, coisa que (confesso envergonhada!) não faço há algum tempo. Acabei por não vir... mas chegou até si a minha intenção!
Gosto de ouvir contar histórias e as lendas levam-me a pensar que alguém acrescentou um ponto... ao conto!
Tive a felicidade de crescer convivendo com uma tia-avó que morreu com 91 anos quando eu tinha 17. Contava muitas histórias, incluindo a da sua atribulada vida... com dois casamentos! Outra excelente contadora de histórias foi a minha mãe... que, até morrer aos 97 anos, coloriu com cor-de-rosa todas as suas belas narrativas! Gravei e filmei muitas!
Amigo, lá se foi o nosso encontro!... Agora estamos de partida para ir ao nascimento do nosso oitavo neto... lá para terras açorianas!
Vou tentar ser mais assídua aqui e não deixar de dar a merecida atenção aos bons amigos da blogosfera.
Obrigada pela visita e comentário.
Beijinhos
E então, minha amiga, se o tempo pergunta ao tempo quanto tempo o tempo tem...
ResponderEliminarPercebi, vamos encontrar-nos e falar das nossas coisas, partillhar histórias e ouvir o nascimento do netinho.
Que venha abençoado e um beujinho para ele e todos!