Por isso me penentencio, mas o blog dos forninhenses tem requerido mais atencao, por mais abrangente e serio em detrimento de coisas minhas.
Um periodo sabatico, que aquando a permanencia de uns dias em Forninhos por altura pascal, me revi na meninice de adolescente, tal como ainda hoje, a remexer a terra, ouvir o cuco e a poupa, o cavar a terra para a sementeira e nao resisti. Tinha de voltar aqui, afinal o inverno tinha emigrado, a horta da minha mae que ralha comigo do alto pulpito dos oitenta e quatro anitos, pedia a lavra, o motor de rega devia estar afinado e ate o tanque de rega devia estar preparado.
La fomos, o Luis e o Agostinho a abrir os regos de enxada na mao e eu e a Graca, a deitar geometricamente as batatas. A mesma familia que ela contrata para tratar das videiras, da azeitona e tudo mais. Mas a orientacao vem da minha mae Augusta.
Vim embora, depois de conviver com muita gente amiga, que ainda por la anda.
Vou ligando, mas quando apanho esta senhora ao telefone, vem ofegante e vaidosa da horta, da sua horta, pertinho do povo e bom caminho, uma das suas razoes de viver e manter a vida com energia.
Ontem perguntei como estava a horta.
Depois das batatas e com os morangueiros ja crescidos, na parte da manha havia semeado milho, plantado couves, tomateiros, cebolas e umas leiras de feijao. As batatas ja rebentavam e tinha que as esgadanhar.
Como ela diz, temos de semear e enquanto tiver pernas e a minha maneira, de manha, vou sachar semear e mondar, no fim da tarde para fugir ao calor, vou regar, ponho o motor a trabalhar e aquela agua nos pes, sinto que nasco outra vez. Tal como o fruto, diz ela.
Quando vieres vais ver como a horta esta bonita. Um regalo.
Claro que acredito!
Olá boa tarde Xico!
ResponderEliminarCá estou numa pequena voltinha de intervalo a contemplar alguns amigos.
Apanhei no caminho este espaço amigo, gostei da história, e só não mostro este ano as minhas batatas porque as rosas são mais bonitas!!!
1 beijo até sempre agradecendo também a visita no meu blog.
Lídia
Tempo para tudo Lidia.
EliminarAgora ainda as rosas, ontem a flor da cerejeira, depois a ramagem da florida batateira, morangueiros, tudo flui e floresce no auge da primavera, mas aquele cheirinho a terra lavrada...
Um beijo, amiga.
Que bom que está retornando, Xico... No tempo certo...
ResponderEliminarTexto bonito e bem agradável de ler... Relato importante, cheio de "boas sementes"/lições...
Abraços e sucesso nas reflexões...
Aqui para nos Anete...tinha saudade.
EliminarVirei volta e meia, consoante o espirito e tempo o permitam.
Com calma e sem amofinar ninguem.
Um beijo, minha amiga.
E aqui estou, Xico, para apreciar essa maravilha...Ver a imagem e saber que essa terra recebeu as sementes com tanta dedicação, fazendo brotar o que se vai consumir em casa é pra lá de prazeroso. Quando menina, minha mãe sempre teve a sua pequena horta, no quintal de casa. Morando há mais quarenta anos em apartamento, fica difícil manter algum verde comestível...e mesmo, nem tem muita graça. Conformo-me em saber que tem amigos que ainda mantém esse saudável hábito. Mãe feliz, a sua! Bom filho, ela tem! Bem haja!
ResponderEliminarBeijo e até....
Bem haja eu, Lucia.
EliminarBendita a hora em que fui "iluminado" em dar a este meu pequeno espaco o nome "Nascendo", nem sei bem o motivo.
Talvez a saudade da meninice e a ela voltar um dia quando pudesse.
Essa vontade ja tinha a alguns anos no blog dos forninhenses, escrevendo comentando, mas na intimidade, coisas pessoais e menos serias, quase brincadeira mas com respeito por mim e por quem le. Sagrado.
Aqui desabafo mais maneirinho, esfregando as maos na terra ao meu jeito sem maneiras. Tipo conversa.
No blog dos forninhenses, claro que tenho essa liberdade, mas ali a coisa tem uma dimensao superior, tem de ter rigor, estudo, pesquisa e muito trabalho em prol da nossa terra e disso nao abdico de alma e coracao.
Aqui, digo o que me vem a cabeca, tipo puto que se baldou as aulas.
Como agora.
Beijinho.
O andar nas terras, cavando, semeando, plantando e ver crescer os frutos, é um prazer que só quem teve a sua vida ligada à agricultura faz ideia!
ResponderEliminarA tua mãe melhor do que nós entende o ciclo das coisas nesta área e o prazer dela ao colher os morangos, tomates, etc...é com certeza redobrado. Deus lhe dê muita saúde para continuar a semear, plantar, colher...
Um bom regresso e espero que te tenhas divertido a semear batatas:-)
Um beijo.
Que beleza de história e sempre é bom demais rever os amigos e familiares e ainda mais tendo essa horta linda pra cuidar! Abraços,
ResponderEliminarUma horta como as da nossa aldeia e tantas outras, sao um sortilegio.
EliminarSimultaneamente um jardim.
Emolduradas nos muros por cordoes de videiras, nos cantos arvores de fruto e tudo vai em apenas quase um mes, florindo e com o tempo dando frutos.
Um paraiso, religiosamente tratado, quase sagrado.
Com outro sabor.
Abraco grande, Anne.
Ola Paula!
ResponderEliminarAgradeco sobremaneira o teu comentario, o arreigar das pessoas a cada torrao de terra e seu modo de tratar na sua sabedoria mais antiga ou acompanhando as novas tecnologias.
No fim, vi uma pequena "provocacao", na subtileza provocante de uma mulher inteligente como tu sabes ser, provocando com a sementeira das batatas...
Nao fujo ao repto.
Passei por duas fases em menos de uma semana.
A primeira, sentado numa maquina atrelada a um tractor em que sentado, colocava em cada divisao de uma placa giratoria, um pedaco de batata que automaticamente era enterrado na terra. Giro no inicio, enfadonho pouco tempo depois. Pega batata, poe batata, faltava a musica e para nao adormecer e despachar a coisa, ja metia mais que uma.
A segunda, "imposta" pela minha mae. Menino, amanha as sete, semear batatas.
Fazia frio de manha. O pessoal ia de tractor por causa dos nutrientes, sementes e sei la mais.
Preferi ir a pe, eu , o cao e o garrafao de vinho. A piqueta viria no tractor.
Adorei!
A tera havia sido lavrada no dia anterior e como tinha chuviscado, disseram os entendidos que estava perfeita para a sementeira.
O sr. Luis demarcou com a enxada a area a semear, sei que o termo seria plantar, mas assim se usa, demarcando as velgas que mais tarde seriam emolduradas com couves e alfaces nos seus limites.
Primeiro o granulado fertilizante foi lancado a terra e de seguida e de igual modo a cinza, que havia sido colhida e guardada do forno. Sacos e sacos.
Dois homens a cavar, duas pessoas a colocar as batatas de semente.
Passado pouco mais de uma hora, finito!
Perfeito tal como planeado e pouco passava das nove horas da manha. Tinha acabado, nao!
Parte do ritual, a piqueta, pao caseiro, bolo de azeite, chourica, queijo presunto e vinho. E muita alegria.
Uma manha festiva e produtiva e divertida.
Beijo.
Boa noite Xico, pois então voltou ao seu cantinho;))!
ResponderEliminarE claro para mim um regalo ver esse batatal com muito bom aspecto!
A sua mãe completamente em forma e é obra com os seus lindos oitenta e quatro anos ter ainda forças para executar todas essas tarefas que não são nada fáceis! Uma felicidade! Que ela continue assim por muitos anos ainda! Um beijinho. Ailime
Voltei e atrasado amiga Ailime.
EliminarObrigado pelo carinho pela minha mae. Mulher criada no campo, da cartas em juventude, ginastica, informatica e hortas e vinhas. Sem falar nas oliveiras e pinheiros.
Caso de estudo, ela e o nosso cao, o Flock, companheiro fiel!
Sabe como ninguem o que fazer e na vaidade orgulhosa, poucos teem coisa mais bonita.
Vai pelas sete da manha e volta novamente pelas sete da tarde.
A sinfonia tem o roncar do motor de reda, a danc, o molhar dos pes na rega.
Tenho medo que tombe num dos pocos de agua da sua horta e por isso todos os dias lhe ligo. Chama me tolinho.
"Tomaras tu saberes o que eu sei..."
Calado em respeito, Gosto tenho e muito, saber pelos vistos pouco.
Beijinho.
Que legal esse retorno ao lar. Queria ver a foto desse agricultor capinado com enxada. hahah Que alegria ver essa horta, lembro da horta minha mãe, tinha de tudo. A minha horta tá desanimada, deu uma enfestação de borboletas acabaram com as verduras.
ResponderEliminarQuem ficou muito faceiro foi Alfredo, tu vais ter que cumprir com tua promessa, Alfredo ficou louco quer degustar o vinho que tanto falas, não dá para prometer pra esse povo daqui, e tu já tem mais uma companheira para o vinho, minha irmã. Ela e o nosso pai sentavam a beira do açude, degustando vinho e pescando, eu parecia uma retardada tapeando os mosquitos.
Saudade dos velhos tempo,Aproveite e sempre que puder esteja junto de sua mãe, essa é a nossa maior riqueza. Nossa família. Desejo a ela um feliz dia das mães,.
Bjos tenha um ótimo fim de semana. Quando é que tu vens?
Irei colocar um post sobre a protecao das hortas. Claro que pouco percebo, mas pergunto. Acho que a cinza tem valor, mas a minha mae la sabera.
EliminarLigando, la estara ela, afavel e pouco agastada, " va la diabrete, o que queres agora...".
Eu, descarado pergunto pela resposta que quero e meto a Anaja ao "barulho", ficando o Alfredo em paz.
"Queria mandar uma garrafa do seu vinho para um casal amigo do Brasil, melhor duas pois mais alguem gosta...".
" qual o problema, que mandem a morada que vai pelo correio".
Simples, Anaja.
Aquele abraco.
Boa, já ouvi falar sobre a cinza, vou colocar um pouco nas couve para espantar as borboletas.
EliminarMas tens que vir para cá nos trazer.
Até mais.
Oi Xico,
ResponderEliminarGrata pela visita!
Gostei de ler esse relato sobre plantações e hortas.
Nunca tive esse tipo de experiência,
mas a natureza é algo fascinante e sempre nos ensina.
(A única coisa que plantei foi feijão no algodão).
Beijos.
Até que enfim, Xico!
ResponderEliminarCompreendo que "Os Forninhenses" lhe ocupe muito do tempo de que dispõe, mas da forma como escreve seria pecado não publicar de vez em quando neste espaço.
Quanto ao texto, feliz de quem tem uma horta, digo eu que adoro o campo, e tenho a certeza que essa horta e pomar tem um significado imenso para a sua mãe. E para si também, pela forma como dela fala.
E quando voltar a horta estará mesmo "um regalo".
Em criança só me recordo de apanhar batatas, e amendoim., ou melhor, alcagoita.
Tenha uma boa noite .
Um abraço!