Eram as prendas mais lindas.
A mae dos nossos pais, enlevada, contava "aquelas " coisas que nos sustinham o respirar, de modo tao candido e sereno, falando do Menino.
"Conta avo, se os Reis levaram tanta coisa, Ele depois ficou rico!".
Eram as prendas mais lindas no canto da cozinha. A avo pouco se sustinha nas pernas, talvez pelo peso da sabedoria, mas matriarca, tinha os netos como Reis Magos que no atentamento lhe traziam o ouro, incenso e mirra no modo como escutavam "rendidos".
O ambiente perfeito, indiferente aquele rebulico de tachos e panelas. Tinham por tecto o canico dos enchidos, secando lenta, lentamente na moderada fogueira a que nos fomos habituando sem desmesuras. Quentes, sim, as palavras da avo. Como podia saber tanta coisa mesmo sendo tao velhinha, se calhar era tambem a avo de Maria, mae de Jesus.. Se calhar eramos primos...
E depois da ceia, enrolados nas mantas, vinha a pergunta, se calhar somos mesmo primos, ate se sente o cheiro das vacas por debaixo do quarto. Querem ver que somos...
Nao havia presepio em casa, apenas as peugas novos ou remendadas junto a chamine e ...
No dia seguinte, mais dos mesmo, extraordinario, uma laranja, figos secos e dois rebucados...
Tinha vindo o Pai Natal...
Foste tu Avo!
Feliz Natal.
No dia seguinte, a missa de Natal e quem podia com "farpelas" novas.
ResponderEliminarE as maes perguntavam se tinham reparado como a gente ia bonita...
Orgulho!
Aqui escrevo na minha maneira de ser, assim...ninguem tal impede, ando na minha vontade, livre. Assim...
Mas deixem que diga uma coisa, cada familia e a seu modo, festejava o Natal e penso que o mais genuino e sentido eram dsas familias mais necesitadas, por tal ser mais um dia de trabalho, igual e "doloroso" por nao ser diferente...
Na esperanca de dias melhores!
Lindo, comovente e tão real! Adorei! FELIZ NATAL! abração, tudo de bom,chica
ResponderEliminarGostei muito de ler este teu conto, é bonito e fez-me lembrar a minha infância.
ResponderEliminarApesar do consumismo que nos invade e teimosamente persiste em fazer esquecer o espírito natalício, é bom regressar à aldeia nesta altura, pelo menos quando se lá chega notamos ausência de consumismo. Os presentes, claro, já não são bem laranjas ou rebuçados, mas têm ainda uma réstia dos presentes de antigamente...lá não é o valor dos mesmos que conta, mas a atenção carinhosa de quem dá e recebe.
Feliz Natal.
lendo teu conto me reportei à infância, na cozinha da avó preparando as delícias que só ela sabia fazer. tens o dom da narrativa visual, enxergamos tuas palavras como um filme...
ResponderEliminarhttp://caoticossemrumo.blogspot.com.br/
Um texto sobre memórias de natais longínquos, com a magia da simplicidade, natais vividos nessa atmosfera quente das palavras da avó e das histórias que contava, envoltas em ternura.
ResponderEliminarUm conto lindo, numa linguagem comovente e expressiva.
Feliz Natal, Xico.
xx
Boa tarde Xico, conto magnifico e real de como eram os natais de antigamente! Pobres mas ricos em carinho, amor e sabedoria dos mais velhos a rodear-nos e a suprir a falta de brinquedos!
ResponderEliminarBeijinhos e FELIZ NATAL!
Ailime
Xico,
ResponderEliminarQue lindo conto! Muito legal dentro de suas histórias.
Tempos atrás, tudo era mais simples e bonito. O Natal também.
Vim pra lhe desejar um Feliz Natal meu amigo! Obrigada por fazer parte de minha vida por mais esse ano.
Abraços
Olá meu amigo como estas?
ResponderEliminarQue bela história, essa época nos traz boas e saudosas lembranças em que a simplicidade e amor é o mais importante.
Quero desejar um Feliz Natal a ti e a tua família que seu novo ano venha com muitas alegrias e realizações.
Feliz Natal.
Xico,
ResponderEliminarFeliz 2015!
Bjs
Ailime
Gostei imenso de ler o seu texto agora, Xico! Coisas bem reais e bonitas. Os pais e avós sábios sempre tocam profundamente nos corações dos seus queridos. São marcas abençoadoras!
ResponderEliminarFeliz 2015! Um Ano Novo rico de PAZ, SAÚDE E MUITA FORÇA DO ALTO!...
Abraços
Xico, belo conto!
ResponderEliminarNão tive a vivência de natais como esse, porque fui menina da cidade, foi assim porque foi..., e nas aldeias açorianas não havia essas lareiras com panelas de ferro por entre as quentes chamas... mas havia avós que também contavam belas histórias.
Vivo o natal sem lareira!... Havia uma na casa dos meus sogros, onde passámos maravilhosos natais e onde os meus filhos, sentados no escano, ouviram as belas histórias contadas pelos avós e tios velhinhos.
Agora sou eu que me visto de avó... os netinhos acham que já sou um pouco velhinha... (só um pouquinho... sai-lhes timidamente da boca, com amor !) e mesmo sem lareira, em ambiente acolhedor e muito simples, cabe-me a mim o papel de contadora das histórias de encantar!...
Aqui neste blogue busco novos contos maravilhosos... lindos para encantar os meus netos da cidade!... Mas a lareira dos avós passou por eles e por mim, deixando belas recordações!...
Votos de um 2015 muito feliz.
Bjs