sábado, 28 de junho de 2014

Airport - The Motors

A "MINHA" BANDA



E que banda, meu Deus...
Imaginem um adolescente vindo do interior onde os locais maiores pouco mais tinham de mil almas e aterrar nesta Lisboa.
Havia que integrar e assimilar novas vivencias, mesmo trazendo alguns estudos e referencias pessoais.
Mas o frenesim que se vivia a seguir ao 25 de Abril, nada impedia, muito menos o sotaque beirao, carregado como o de outras provincias.
E la me fui ambientando, ate ficar rendido. As festas religiosas das aldeias, nada tinham a ver.
E meses decorridos la fui ao saudoso Pavilhao de Cascais, mais alegre ainda que o Estadio da Luz.
A musica era outra. The Motors, conhecia de nome tal como os Ten Years After, com aquele louco baterista chamado Barry Wilson, por nao esquecer as pulseiras...
Bateu forte e senti arrepios nem sei de que, apenas foi fabuloso.
Entretanto formamos fruto da vivencia e estudo, um grupo de amigos e animados e vivos como eramos, entre os cinco compramos um "carrao", Opel Kapitan de seis cilindros, tipo banheira americana, tocando a cada um quatro contos, quase vinte euros agora.
O que tinha a carta conduzia e la fomos conhecendo o "nosso" Portugal.
Ate que os Motors, voltaram a Cascais e la fomos no "gigante" americano. Grande concerto!!!
Acabado, dois em cima do tejadilho, na boa, tudo a cantar, ate a policia mandar encostar e dormirmos na esquadra.
Mesmo assim "acordamos" a cantar Airport, como se nao tivessemos um aviao apreendido no parque.  

domingo, 22 de junho de 2014

HEROIS DO MAR NO MUNDIAL

Pela historia!



"A Portuguesa"

Heróis do mar, nobre Povo,  
Nação valente, imortal,  
Levantai hoje de novo  
O esplendor de Portugal!  
Entre as brumas da memória,  
Ó Pátria, sente-se a voz  
Dos teus egrégios avós,  
Que há-de guiar-te à vitória!   

Às armas, às armas!  
Sobre a terra, sobre o mar,  
Às armas, às armas!  
Pela Pátria lutar  
Contra os canhões marchar, marchar! 


Hoje, contra a enorme America, o peso da tua grandeza e historia feita de coragem,  bravura  e sacrificios, voltara a erguer bem alto o nome de Portugal!
Vamos a eles...

quarta-feira, 18 de junho de 2014

ROTA QUEBRADA




Trova do Vento que Passa

Adriano Correia de Oliveira

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
o vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas 
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.
[Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.
Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).
Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.
E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.
Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.
E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.
Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

domingo, 15 de junho de 2014

Fonte da Telha, terra de pescadores

No imaginário de criança de uma aldeia do interior, o mais próximo do barulho do mar era o que um ou outro mais viajado narrava, depois em alguma televisão, até que finalmente nas excursões escolares, lá o conheci na Figueira da Foz.
Maior do que jamais pensei e assustador, com aquele barulho de ronco gigante e ao mesmo tempo embalador, mas aquele cheiro... finalmente o cheiro do mar! 
Meia dúzia de anos depois e já em Lisboa, apaixonei-me por uma praia da outra banda, a ultima da Costa, a Fonte da Telha, na altura a mais natural e selvagem por aquelas bandas.
Durante dois anos, poucos foram os fins de semana em que o nosso grupo, quatro ou cinco mais chegados e com raízes beirãs e ali era erguida a nossa tenda nas dunas mais abrigadas por debaixo dos arbustos. 

O transpraia
Era este o pequeno comboio, quase de brincar que nos levava por duas noites até ao fim da linha e quase a passo, ia deixando para trás as outras praias como que dando tempo para um mergulho e ainda o apanhar em andamento.


Assim os via partir nos primeiros dias para a faina, a arte xávega. Iam lançar as redes nos pesqueiros que só eles conheciam na esperança de boa safra e ficava siderado como era possível aquele punhado de gente apesar da forca dos braços e sabedoria ancestral, vencer tanta vaga alterosa.
Vinha-me a memoria os cavadores de enxada da minha aldeia de sol a sol, mas estes enfrentavam tudo e todos, ate o fim do mundo. Caramba!


Aqui, tal como regista esta foto que como as outras tirei da net, mas sobre a da Fonte da Telha, tive o primeiro contacto com a gente do mar, experimentando o modo e a sabedoria de se puxarem as redes para terra, através de voz mandante e ritmada e quase meio corpo dentro de agua, homens e suas mulheres.
Fomos bem acolhidos na ajuda e pouco depois tivemos uma lição de vida.


As redes haviam sido lançadas no modo da arte própria e ao saírem do mar de modo cadenciado, formavam um tipo de funil que aberto na areia, trazia milhares de peixes a saltar das mais variadas espécies e dentre essas os tamanhos, pelo que havia de escolher e assim se foi fazendo noite dentro, sob a pequena luz de candeeiros.
Todos ajoelhas naquela montanha de peixe, seguíamos as instruções das mulheres e dos homens mais idosos, este e para esta caixa, este para ali, este não presta, fica para as gaivotas.
Nos, armados em malandros, pensamos que tínhamos ali para jantar nesse dia e comida para o outro, por isso e porque por detrás das pessoas reinava a escuridão, la íamos surripiando uma boa quantidade de peixes. Melhor, roubando.
Findo o trabalho, os pescadores agradeceram a ajuda e colocaram à nossa  disposicão o peixe que nos apetecesse. Eles tinham visto a "marosca" e não era a primeira vez que tal acontecia, mas nós tínhamos trabalhado bem.
Que dizer tal a vergonha, a não ser que foi uma grande lição de vida?!
Recordo apenas que se houvesse fim de semana em que não fossemos, eles ficavam preocupados ao não nos ver a puxar as suas redes.
Nunca ali compramos peixe, éramos quase pescadores, de terra, claro, mas peixe como aquele, assado no grelhador que fizeram para nos oferecer, nunca mais. 

domingo, 1 de junho de 2014

Dia da Criança

E ao centro la esta todo janota o Xico. Ja na altura tinha estilo....





De repente
Ao lembrar dos brinquedos queridos
Que ficaram esquecidos
Dentro do armário
Bate uma saudade
Bate uma vontade
De voltar no tempo
De voltar ao passado
Mas nada acontece
Nada parece acontecer
E eu choro
Choro como o bebê que fui
E a criança que quero voltar a ser
Não quero crescer!

Lindos que eram estes passeios de criança!

Foto> http://onovoblogdosforninhenses.blogspot.pt/