Daqui se diz quem casou
Daqui se diz quem morreu
Daqui se diz donde sou
Daqui se diz quem nasceu
Ele, o sino imponente, via a aldeia por entre colunas de granito.
Tinha a obrigacao de comunicar dor e felicidade.
O sino da minha aldeia.
Volta e meia vai tocando algumas coisas antigas, o sino da minha aldeia.
Por vezes olhamos para ele, mudo e calado.
O que tem...
Talvez saudade do tempo em que acarretava gentes para a missa, aldeia inteira para apagar os fogos no "Ai Deus nos acuda...".
Tocava no baptizado, os padrinhos bem vestidos, criancas imaculadas, botavam os pergaminhos de gentes simples e crentes, sempre fora com as nossas gentes. Dizia o sino da aldeia.
Repenicavam em dias festivos, Santa Marinha, Senhora dos Verdes. Nunca gostei dos Finados.
Os mortos nao mereciam tantas badaladas cruas...
E a gente para arreliar, menos homens que garotos, para ali iamos tocar, com o povo em alvoroco.
No sino da minha aldeia.