segunda-feira, 29 de junho de 2015

CARREIROS DA VIDA

Ainda bem que pouca gente vem ler, mal de mim o que seria, ao falar de  gente de outrora que embora tempo passado, no tempo entornardo, poventura  maldizente, fiquem em vos que sois gente, dauelas ainda capazes em guardar um segredo.
Chamado felicidade...

Tem um nome esta senhora: Raquel!
Rima com tudo, claro, na labuta ordenada, cuidada e mito sofrida
Nem queria fazer poesia, mas se tal for aqui vai
Tinha o seu gado, nem sequer era safado, apenas irreverente
Aquelas cbras de leite
Um deleite...no seu modo de tratar
Esta Senhora, Mulher
De alpercata ou chinelo
Duas vezes um homem velho
Duas vezes na idade
Metade do seu tamanho 
Coisas que ela media
De molhos de ervas carregada
Que pra si nao precisava
Eram pros animais
Iguais...
E descia...
Como descia ligeira e airosa a tia Raquel
De tamancas
Sem sola, pudera
Que o caminho gastava
mesmo aquilo que ninguem dava
Mas...
Como ela cantava
E encantava na idade
(onde ela ia)
Desafiava o cuco e por demais
ma menina encantada
No meio de rosmaniais!
(pequena e singela homenagem a grandes da minha terra).

XicoAlmeida

segunda-feira, 15 de junho de 2015

QUANDO CHEGAS?

" ...um retrato  fiel do rude viver, fusao entre homem e terra... total comunhao com a natureza, com todas as alegrias e agruras que isso implica...".
Melhor seria  a singularidade da nossa uniao natural entre homens e bichos, tu vens para aqui, eu par o teu lado, transfigurados. 


Ainda bem que nao sabes ler, caso tal, Miguel Torga te iria moer a alma que sei que tens.
Se comigo te chateias por tres meses de ausencia, que direi eu?
Nem um ladrar sequer me chegou desse teu mundo, nu e segundo dizem, imundo. Cadelas...
Nao assentas porventura, mas cuidado que o tempo leva a loucura dos devaneios ou os devolve em dobrado.
Podias ter latido...
Pouco orgulho deve ter o Farrusco, coitado de tao nobre na sua postusura, esse sim...
Nao leves a mal o desafafo, apenas sofri com o teu silencio, pois sabes o quanto gosto de ti.
E sei... nada latistes, que estiveste a espreitar a morte aquando atacado por um cobarde canzarrao que te esganou e praticamente esventrou, useiro e vezeiro, mas, uma coisa certa e toda a gente me disse (menos tu...perdoado) que aquando a Virgem Peregrina de Fatima foi adorada na nossa aldeia, tu ali ficaste de plantao frente ao andor.
Dizem que de patas postas em recolhimento, cordato e silencioso.
Quando chego?
Para o mes que vem, tambem tenho saudades tuas, mas promete que desta vez falas comigo...





segunda-feira, 8 de junho de 2015

UMA KORA, UM MISTERIO..




Jamais um dia , pensaria que ia encontra uma  "coisa" destas que desconhecia em absoluto.
Aconteceu ontem.
Ali, na rua, ao estacionar o caro vindo das compras, estava majestoso junto a um contentor de residuos, "Isto".
Estranho pela singularidade da cabaca, suas cordas e por tal o fui guardar .
Olhei, perguntei e aguardei que alguem ...


Havia outrora aprendido um pouco de musica com cordas, mas este instrumento intrigava.
De tao belo e velho, mas que no seu tambor de pele, carregava historias e estorias.
Ajoelhei perante ele, tinha algo para dizer, ele a mim, que eu estava mudo  e apenas hoje abro a boca pelas pesquisas que fiz...  


Confesso que de noite tive medo por nao resistir em tocar "naquilo" que parecia mal, mas...
foram duas horas a fio...
"Ele" que o diga aqui ao lado e que o fui afinando naquelas suas oito cordas, ainda boas por sinal.
Que raio de coisa!


Agora, vou ver se nele tenho um tom para o fado...