Um chilrear de alegria
A tiracolo a sacoila
Macaca e jogo da bola
No bolso a fisga escondida
Que vista estava perdida
Pela senhora regente
Muito maior que a gente
Mas acho que era tola
Pior ainda perdida
Delirios na palmatoria
Por incapaz
De nao ver
Que ao ensinar a ler
A gente ia aprender
Que o mundo a gente o faz
E por tal a preto e branco
Com sapato ou tamanco
Nunca arranjou um rapaz
Um choque ao ver esta foto que retrata a nossa infancia. Abandonada, tal como que pedindo e por tal obrigada, que dela nos desliguemos, afinal foi ela que nos acolheu por dever, depois nos alimentou e educou, depois...depois...depois fechou.
Por ali andei, puto mais feliz do mundo, eu e outra e outros, da direita as raparigas na de baixo os rapazes (criancas, enfim).
Fui roubar esta foto ao blog dos forninhenses, por ja ter volta e meia de modo critico, nao compreender a razao de tal espaco nao ser aproveitado como espaco museologico da nossa riqueza cultural, mas acima de tudo por hoje se comemorar o 25 de Abril.
Senti recordacao da minha escola primaria e ao mesmo tempo uma alegria estranha, pois a ultima vez que nela entrei, foi para fazer parte da mesa eleitoral nas primeiras eleicoes livres em Portugal.
Tinha dezoito anos.
Ali tinha cantado por obrigacao aos oito, olhando "aqueles" afixados na parede.
Dez anos depois, escrutinava gente livre no caderno eleitoral.
Hoje e passado tanto tempo, esse parou na mentecapto mania dos autarcas locais
A prova, um caixote de lixo como que aguardando os restos de memorias dignas...