sábado, 28 de março de 2015

COISAS MINHAS

Bora la puto... 


Gosto deste miudo,  ponto final!

O "gajo" tem pinta, dizem que sai ao pai, mas tem mais sensibilidade, procura com mais calma o seu caminho, diz que gosta de arqueologia.
Somos amigos e muitas vezes damos um abraco, forte.
Tem 16 anos e para o ano entra na universidade. Diz que me vai mostrar coisas novas e eu fico feliz por ele ter esperanca no futuro e acreditar.
Ha dias disse que aqui neste meu canto, tinha falado da irma Andreia (ciumes...) e dele e na sua linguagem, "nepia".
Sempre gostou que lhe escrevesse uns versos para levar para a escola e impressionar a turma.
Hoje apetece dar para ele umas rimas, mas...
Na foto, desafiante, olhando os seus olhos, fico intimidado.
Sei que me adora e lhe digo que,
" O mundo perdido
Tem por si somente
A mente da gente
Tal como castigo
Que ao longo do tempo
Nos corroi sarnento
Ate ao umbigo
Sem deixar palavras
E coisas de nadas
De quem nao escuta
Que a dor da ausencia
Tem a pertinencia 
Indolor
Da palavra amor
Esta semana vamos viajar, Puto! 

segunda-feira, 23 de março de 2015

O cheiro da pascoa descia dos montes

Havia que aquecer bem o forno para cozer os "bolos" e a canalha tinha de ajudar a apanhar as melhores urgueiras pelos montes, ainda floridas de roxo.
Nem era trabalho, pois a aventura era nas suas raizes encontramos as putigas sumarentas e peganhosas...


Mas por entre aventuras escondidas, a satisfacao reinava por termos com meia duzia de galhos, ajudado o tio Antonio Carau, a ter o forno a preceito,


Sempre um mestre, em tudo!


E iamos espreitando gulosos...



Caramba, como ficaram bonitos!

Tinhamos direito as amendoas, depois de tanto trabalho!!!

segunda-feira, 16 de março de 2015

Trova do tempo...


Mais de cem anos separados...


A minha avo Maria Lameira pergunta

Ao vento que passa
Noticias do seu pais
E o vento cala a desgraca
O vento nada lhe diz


A minha mae aguenta...

Mesmo na noite mais triste
Em tempo de servidao
Ha sempre alguem que resiste
Ha sempre alguem que diz nao 


A minha filha apela...

Mas ha sempre uma candeia
Dentro da propria desgraca
Ha sempre alguem que semeia
Cancoes no vento que passa

Bonita a Liberdade!

segunda-feira, 9 de março de 2015

O ZECA MATOU MEDOS...

E TANTO LUTOU CONTRA VAMPIROS...





Mal parecia gostar desta "gente" que cantava contra o "respeito" devido ao estado.
Ficava mal e era perigoso. Ainda...
Vim para Lisboa da aldeia, no período quente da Revolução. Nao fiquei atrapalhado, confesso, mas o trânsito e as avenidas...vinha apenas habituado a ruas com nome, claro de uma ou outra vila, que as da minha terra eram pela casa de fulano e cicrano.
Nunca ninguém se perdeu, convenhamos.
Guardo para mim ainda agora e com a mesma intensidade a maneira melodiosa com que foi  ocupando e sem querer substituir as cantigas de embalar da minha mãe, aquelas baladas quentes e conquistantes que ainda tal continuavam aquando o vi pela última vez em 83 no Coliseu, doente e um "monstro" de homem.


Fazes falta, camarada, companheiro.

VIVA O ZECA!

quinta-feira, 5 de março de 2015

Vou ali e volto...

Vens cheio de manias
Agora
Sem remorsos
Fostes embora sem me conhecer
Agora que voltas
Teu amigo Farrusco
Que contas, afinal
Aquelas que contas
Que era meu pai
Assim sem mais nada


Vou ali e volto
Talvez sinta o cheiro
Que aqui andou
De coisa contada
Boa e ruim
Volto daqui a nada
Espera por mim
Depois conta
Para mim...