sexta-feira, 22 de abril de 2016

25 de Abril. O que eu andei para aqui chegar...

Perto o dia que secou lagrimas de horror.
Perto o dia de feridas abertas.
Que teimam em nao secar.
Perto o dia  das varandas
Em cravos floridas
Que muitos recusam olhar.
Perto o dia em que se sente a dor
De filhos que nao viram pais
Perto o dia  em que mais uma vez
Na liberdade que encanta
Saudamos a liberdade
O infortunio e a dor
Mas do cravo vem o odor
De quem quer sempre alcanca. 

O 51.
Amigo Agostinho Carau.
Roto na guerra, mas forte na coragem tal como muitos da minha terra que em tal morreram, .Aqui  o trago como exemplo dos que foram mandados para a 'maldita'.
E os saudo a todos num modesto bem hajam. 



Foram estas gentes  que ajudaram a chegar aqui.



  • 25 DE ABRIL, SEMPRE. VIVA A LIBERDADE!

9 comentários:

  1. Linda homenagem e lembrança a esse importante dia daí! abraços, chica

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  2. Uma Papoila crescia, crescia
    Grito vermelho num campo qualquer
    como ela, somos livres
    Somos livres de crescer

    O meu tio António Carau cantava muitas vezes isto, e no fim dizia sempre "SOMOS LIVRES, SOMOS LIVRES". Outras vezes "VIVA O SALGUEIRO MAIA".
    Recordar dia que secou lágrimas de horror, é recordar também gente que ousava dizer as coisas como eram, gente que nos transmitiu valores valores da verdade, liberdade e solidariedade e nos fez crer nesses valores.
    Gostei muito do teu poema e apraz-me rever a foto do tio '51'com as calças rotas. Bem merece esta homenagem neste sítio.

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  3. Amigo Xico,
    não tenho aparecido, mas não queria deixar de vir aqui lembrar este dia (que já passou!).
    Uma guerra para quê? Tudo poderia ter sido resolvido sem deixar morrer tantos jovens... entre eles o meu saudoso irmão, que faria 23 anos quatro dias depois de ter sido morto. Depois de sabermos da tragédia a minha mãe recebeu a carta que ele tinha escrito no dia da mãe, então o 8 de dezembro. Imagine!!!
    Hoje jaz em Ponta Delgada, junto dos pais e um irmão.

    Então, meu amigo, temos de combinar um encontro. Podia ser nas cerejas... ou noutro evento do género, tipo churrasco com um tinto de boa colheita, ou umas pataniscas de bacalhau com verde bem fresco!!!
    Amanhã parto para umas curtas mas merecidas férias no Algarve.
    Beijinhos

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  4. É verdade, muita luta, mas a Liberdade, o maior valor humano que permite todos os outros valores, foi conquistado. Os cravos renovar-se-ão sempre, embora como disse, muitos recusem olhá-los. Nas varandas, ou fora delas.
    Foi um prazer enorme ter inter-agido consigo. Bem haja, e continue a ser essa pessoa frontal, lutadora e fraterna. Para além de saber escrever tão bem.
    xx

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    1. Ah, esqueci-me de dizer que comentei isto agora porque este post não me chegou!..Mas está-se sempre a tempo. :-)

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    2. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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    3. Corremos a aldeia naquele dia a procurar cravos.

      Uma senhora deu em oferta, duas cravinetas encarndas, escondidas...
      E fomos tomar cafe, na tasca da terra, com os cravos na lapela!
      Soube bem...
      Agora, a minha amiga com quem extravasava misterios contidos, diz. Parto! Percebo o gesto, a lagrima salgada na qual mergulho num bem haja. E buscar coragem em dias menores, de mim...

      Fica para sempre, onde quer que esteja, Aqui!

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  5. Uma homenagem MUITO BONITA!
    A liberdade é um bem precioso, o homem precisa dela!!
    Abraços

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